Análise de Battlefield 6
Melhor multiplayer de 2025?
Introdução:
Depois da controversa tempestade de Battlefield 2042, a franquia precisava desesperadamente de um retorno às suas raízes. Battlefield 6 chega exatamente com essa promessa. Battlefield 6 foi lançado em 10 de outubro de 2025 para PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S, desenvolvido pelo Battlefiled Stuidos (Criterion, DICE, Ripple Effect e Motive) o jogo roda na mais recente versão da engine Frostbite, prometendo um novo patamar de destruição e escala.
importante:
- Análise feita no patch 1.0.
- Análise realizada antes do lançamento do RedSec (modo Battle Royale do BF6).
Contexto:
A história se passa em 2028, em um mundo à beira do colapso. A OTAN (NATO) enfraquecida por deserções de membros como a França, Itália e Espanha enfrenta a PAX Armata, uma poderosa Corporação Militar Privada financiada por nações dissidentes e ex-aliados da OTAN. A PAX Armata usa sua riqueza de contratos militares para acumular poder, espalhando caos global em busca de controle territorial e recursos escassos. Os trailers e sinopses oficiais destacam o jogador como membro da elite Dagger 1-3, tendo 4 membros: Gecko, Haz Carter, Cliff Lopez e Dylan Murphy.

Análise da Campanha:
Vou ser direto: a campanha de BF6 é fraca e serve basicamente como tutorial disfarçado para novatos no multiplayer, definitivamente não é o forte do jogo, bem longe disso, parece uma obrigação para agradar fãs que reclamaram da ausência no BF 2042.
Com cerca de 4 a 5 horas de duração, a narrativa parece ter tido pedaços inteiros cortados. A transição entre personagens e frentes de batalha é abrupta, deixando muitas coisas sem explicação. A motivação da PAX Armata, por exemplo, mal é arranhada; eles são apenas "os vilões". Existem momentos totalmente fora de lugar, como a infame missão de tanque no Egito, que parece ter sido enfiada ali à força, sem qualquer ligação narrativa com o que veio antes ou depois, apenas para ter uma "fase de tanque". Toda a campanha é narrada por meio de flashbacks, tudo o que vemos já aconteceu e está apenas sendo contado. A campanha foi muito mal estruturada.
A IA dos inimigos é péssima: mesmo no modo mais difícil, eles são precisos e dão mais dano, mas se posicionam como idiotas, correndo em linha reta para sua linha de tiro, ignorando cobertura e se expondo, não há desafio, apenas um exercício de tiro ao alvo.
Se Battlefield 6 fosse vendido apenas por esta campanha, seria uma bomba e mereceria um 5/10, no máximo.
Gameplay:
Felizmente, a sensação de estar com a "mão na massa" (ou na arma) é onde Battlefield 6 brilha.
Onde o jogo acerta:
- Gunplay: o feeling das armas é excelente. O recuo é pesado, o som é impactante e o TTK (Time to Kill) parece bem equilibrado.
- Retorno das Classes: o sistema de Especialistas foi (graças a Deus) abandonado em favor das classes clássicas (Assalto, Engenheiro, Suporte, Recon), dando um senso de propósito tático ao jogo.
- Movimentação: a movimentação do soldado é fluida, permitindo deslizar, escalar e se reposicionar de forma ágil, mas ainda mantendo o feeling de combate militar.
Onde peca:
- Falta de Inovação: Embora o retorno às classes seja bem-vindo, ele parece "seguro" demais. Há pouca inovação real nas mecânicas de esquadrão ou nos gadgets disponíveis. Também faltou o modo comandante, visto em Battlefield 2 (2005) e Battlefield 4 (2013).
- Veículos: O equilíbrio entre infantaria e veículos (especialmente aéreos) ainda parece um pouco instável no lançamento, embora eu não seja um grande especialista em veículos, amigos e lendo nas redes sociais, vi certas reclamações, que há inúmeras melhorias a serem feitas.
Análise do Multiplayer:
O multiplayer é o verdadeiro Battlefield 6. É aqui que o jogo vive ou morre, e, felizmente, ele vive. Mas não sem ressalvas. Depois de passar o hype fica mais evidente seus pontos que querem atenção.
- Mapas: este é o ponto mais controverso. Os mapas são bons em sua maioria, mas são pequenos, alguns sofrem de falta de visibilidade, outros são muito focados em três lanes, o que gera muitos "chokepoints" e menos oportunidades de flanqueamento criativo. Outro ponto negativo é a destruição de cenário, há poucos elementos destrutíveis, até então, não há prédios totalmente destrutíveis, como tem no BF4 (Xangai).
- Modos de Jogo: Conquest e Breakthrough são os pilares e funcionam bem, entregando a escala de 64 que esperamos. Rush também marca seu retorno, mas claramente os mapas não foram projetados com ele em mente. Outros modos sofrem da falta de players e são preenchidos com bots, o que estraga um pouco a diversão nesses modos.
- Progressão: a progressão é lenta. O grind para desbloquear acessórios de armas é real e parece uma decisão deliberada para estender o tempo de jogo de forma artificial.
Áudio:
Como esperado da DICE, o design de áudio é de nível de referência. É um dos elementos mais importantes para a imersão, e aqui o jogo é nota 10.
Cada arma tem uma assinatura sonora única. O "crack" de um tiro de sniper passando perto da sua cabeça é distinguível do zunido de fogo de supressão de uma LMG. O áudio posicional é impecável; você pode identificar inimigos apenas pelo som de seus passos em diferentes superfícies.
O destaque é a "paisagem sonora" da batalha. Explosões distantes soam abafadas, enquanto um tanque virando a esquina faz o chão tremer. A trilha sonora é minimalista, entrando apenas em momentos de tensão ou vitória, mas o verdadeiro espetáculo sonoro é o caos da própria guerra.
Aspectos Técnicos:
Rodando no PS5, Battlefield 6 se sai bem. O modo "Desempenho" a 60fps é bastante estável, o que é crucial para um FPS. Visualmente, o jogo é limpo e impressionante em momentos de grande escala.

A grande decepção, no entanto, é a destruição de cenário. A "Levelution" de BF4 ou a destruição granular de Bad Company 2 não existem aqui. A destruição é em grande parte cosmética. Você pode abrir buracos em paredes, mas edifícios raramente desabam e quando acontece, é só uma ou duas parades. Isso é uma regressão frustrante, pois a destruição era um pilar tático da franquia, e agora ela impacta muito menos o fluxo do jogo.
A interface também merece críticas. Embora moderna e no estilo "Netflix-like", ela é confusa, e muitas coisas poderiam ser mais simples e fáceis para o usuário.
Conclusão:
Battlefield 6 é um bom FPS militar. É o pedido de desculpas que os fãs mereciam depois de 2042. A DICE entregou um multiplayer sólido, com gunplay excelente e um design de áudio que é o melhor do mercado.
Ele peca feio numa campanha medíocre que deveria ter sido simplesmente cortada. E, o mais doloroso para os veteranos, ele não consegue capturar a magia e a escala épica de Battlefield 3 ou Battlefield 4. Diversas questões, como mapas menores e mais lineares, uma progressão lenta e, principalmente, uma destruição de cenário decepcionante, o colocam um degrau abaixo dos clássicos que definiram o gênero.
É um bom jogo de guerra, mas não é o Battlefield definitivo que esperávamos.

Fã de ficção científica (de steampunk a sail punk), animes, mangás e games. No Refúgio Gamer, irei compartilhar as principais notícias e rumores da indústria de games.