Análise de The Last of Us Part II
Uma obra-prima atemporal e polarizada
Introdução: Lançado originalmente em 19 de junho de 2020 para o PlayStation 4, The Last of Us Part II, desenvolvido pela Naughty Dog, rapidamente se estabeleceu como um dos jogos mais impactantes e controversos da sua geração. Em 2024, a versão remasterizada para PlayStation 5 trouxe visuais aprimorados, melhorias técnicas e o modo roguelike “No Return”, Com uma pontuação média de 93/100 no Metacritic, o jogo é elogiado por sua narrativa ousada, construção de personagens, gameplay visceral e produção técnica de ponta.
Agora, quase cinco anos após o lançamento do jogo, farei uma análise de seus pontos positivos e negativos.
Narrativa: A narrativa de The Last of Us Part II é um marco na mídia interativa, abordando vingança, trauma, empatia e redenção com profundidade incomum. Sem spoilers, a história acompanha Ellie e Abby, cujas trajetórias se cruzam em um ciclo de violência e consequências do ato das duas personagens, aqui Naughty Dog utiliza flashbacks e mudanças de perspectiva para enriquecer o contexto emocional, desafiando as percepções do jogador. A troca de protagonistas, revisitando os mesmos dias sob a ótica de Abby, é um dos elementos mais polarizantes e elogiados. Essa escolha é “genial”, humanizando personagens inicialmente antagonistas e forçando o jogador a confrontar seus preconceitos. É uma decisão corajosa, especialmente após o evento traumático com Joel, que define o tom da narrativa. Para alguns, no entanto, a troca pode ser cansativa, exigindo paciência para reaprender a empatizar. Aqui na minha análise, eu aplaudo essa abordagem, pela coragem da Naughty Dog.
Construção de Personagens: Os personagens são o coração de TLOU2. Ellie, com a performance magistral de Ashley Johnson, evolui de uma jovem esperançosa para alguém marcado por culpa e raiva. Abby, interpretada por Laura Bailey, é igualmente brilhante, transformando uma figura odiada em alguém profundamente humano. Personagens secundários, como Dina, Lev e Yara, adicionam camadas de leveza e complexidade. Os flashbacks, embora essenciais para contextualizar motivações, podem quebrar o ritmo. essas interrupções, especialmente em momentos de tensão, desaceleram o ritmo da narrativa. Contudo, a qualidade dessas cenas compensa, oferecendo pontos de vistas cruciais sobre Ellie e Abby.
Gameplay: A gameplay é um dos pontos mais alto do jogo, seja pela exploração, combate e stealth, a Naughty Dog reuniu tudo em um pacote visceral, por conta do gore, onde os desenvolvedores não pouparam esforços. A exploração é recompensadora, com ambientes detalhados em Seattle que incentivam a busca por recursos. No entanto, o level design da Naughty Dog, embora visualmente deslumbrante, é criticado por sua linearidade. Comparado a jogos como Red Dead Redemption 2, algumas áreas parecem restritivas, com caminhos óbvios e momentos scriptados. Sequências scriptadas, como quedas inevitáveis ou emboscadas pré-determinadas, podem frustrar jogadores que buscam liberdade. Apesar disso, esses momentos são raros e não ofuscam a experiência.
O combate é um destaque, com brutalidade realista e animações que refletem o impacto de cada golpe. O stealth é igualmente refinado, com uma IA de inimigos impressionante; humanos gritam nomes de aliados caídos, e infectados reagem dinamicamente. A bancada de armas, com seu detalhismo quase obsessivo, reforça o realismo que queriam alcançar. Os momentos de tensão são épicos, tipo o confronto contra o Rei Rato, um dos mais aterrorizantes da geração esse encontro combina design de som, combate intenso e atmosfera opressiva. Outras sequências, como emboscadas ou perseguições, mantêm o jogador no limite, reforçando o desespero do jogo.
Aspectos técnicos e visuais: O que já era impressionante no PS4, ficou ainda melhor em sua versão remasterizada para PS5, com texturas aprimoradas, iluminação mais realista e 60 FPS. Ambientes, de florestas a cidades em ruínas, são quase fotográficos. A trilha sonora de Gustavo Santaolalla reforça a melancolia, enquanto o design de som torna cada barulho ou grito palpável. Animações faciais e expressões reforçam a imersão emocional.
Acessibilidade: Aqui é mais um grande destaque do jogo, com opções como legendas personalizáveis, ajustes de dificuldade e suporte para deficiências visuais ou motoras, lembro de muitas pessoas com deficiências visuais se emocionaram ao poder jogar TLOU2, um golaço da Naughty Dog.
Conclusão: The Last of Us Part II é uma experiência única nos games, traz sentimentos como raiva, ódio, ansiedade, melancolia, tristeza, sua narrativa é corajosa, com trocas de perspectiva e temas complexos, desafia o jogador e exige reflexão. A construção de personagens é sublime, a gameplay é brutalmente satisfatória, e momentos como o Rei Rato são inesquecíveis. Pequenas falhas como conveniências de roteiro, level design linear e momentos scriptado, não apagam a obra-prima que é TLOU2, mesmo polarizando, merece seu lugar como um marco cultural, não apenas nos games, mas em toda forma de arte.

Fã de ficção científica (de steampunk a sail punk), animes, mangás e games. No Refúgio Gamer, irei compartilhar as principais notícias e rumores da indústria de games.