Project Blackbird: o MMO sci-fi da ZeniMax que a Microsoft matou antes de mostrar ao mundo
Confira detalhes do MMO promissor com aliens, facções e parkour em cidade sci-fi.
A Microsoft decidiu puxar o plugue de mais um projeto promissor: o Project Blackbird, MMORPG de ficção científica que estava em desenvolvimento pela ZeniMax Online Studios desde 2018, foi oficialmente cancelado. A decisão veio em meio à nova onda de demissões dentro da divisão Xbox, que afetou cerca de 1.900 funcionários só na ZeniMax, mais de 100 devs perderam o emprego, incluindo boa parte da equipe dedicada ao Blackbird.
O que era o Project Blackbird?
Blackbird era um MMO de ação em terceira pessoa, com elementos de exploração e tiro cooperativo. Segundo fontes internas que conversaram com a TrueAchievements, o jogo se passava no planeta Soteria, um mundo preso por forças de maré (ou seja, um lado eternamente congelado, o outro torrando ao sol, com a única região habitável sendo a “Twilight Band”, uma zona de penumbra onde a vida floresceu).
O jogador assumiria o papel de um humano recém-chegado à cidade de Exodus, uma metrópole alienígena governada por uma IA chamada PAN e dividida por cinco facções alienígenas com suas próprias filosofias, políticas e interesses todas dispostas a usar os humanos como peças no tabuleiro.
Facções alienígenas, um universo vivo (e agora morto)
O mundo de Blackbird era rico em lore e diversidade. As cinco principais facções de Exodus eram:
- Menst: uma raça altamente avançada e orgulhosa, especialistas em manipular a matéria.
- Calpiten: donos dos meios de comunicação, capazes de moldar a opinião pública com facilidade.
- Nemocytes: criaturas aquáticas, frágeis fisicamente, mas poderosas com suas exosuits.
- W’Hurran: peludos, comerciantes agressivos e ambiciosos — quase uma versão cósmica de banqueiros gananciosos.
- Trahet: mestres na arte da coleta e análise de dados, tipo uma mistura de psicólogos com analistas de dados da NSA.
Jogabilidade coop e verticalidade
A gameplay de Blackbird lembrava jogos como Destiny e Warframe, mas com mais foco em exploração vertical, movimentação fluida (com gancho, parkour, corrida em paredes) e tiroteios táticos. O jogo contaria com:
- Missões cooperativas para 4 jogadores (PvE);
- Atividades para até 6 jogadores chamadas Strikes;
- Eventos públicos dentro da cidade de Exodus, chamados firefights;
- Sistema de progressão com 3 arquétipos:
- Guns for Hire: especialistas em combate pesado (tank);
- Tech Operators: versáteis, adaptáveis, especialistas em ambiente;
- Augments: responsáveis por cura, buffs e suporte.
A personalização também seria um grande diferencial, com jogadores podendo modificar tatuagens, cibernética, armaduras, armas, casas, veículos e até drones.
Conteúdo vivo, cosméticos e monetização
Blackbird seguiria o modelo de jogo como serviço, com atualizações semanais, mensais e trimestrais. O conteúdo seria expandido por distritos o inicial seria o “Old Central” e cada atualização traria novos distritos, facções, missões e sistemas de jogo.
Por que foi cancelado?
Apesar do escopo promissor, o jogo acabou sendo vítima da guilhotina corporativa. Fontes internas afirmam que não havia qualquer indício de que o projeto seria encerrado a equipe só foi informada no dia 2 de julho, junto com o anúncio das demissões. O cancelamento não foi por falhas no desenvolvimento, e sim por decisão estratégica da Microsoft: manter mais de um MMO sob o guarda-chuva do Xbox Game Studios (já com ESO e WoW) foi considerado “excessivo”.
Pra completar a reestruturação, o veterano Matt Firor, presidente da ZeniMax Online Studios, anunciou que deixará o estúdio após 18 anos de liderança.
Conclusão
Project Blackbird tinha tudo para ser algo diferente no mar de MMOs genéricos e repetitivos que temos hoje. Um mundo alienígena riquíssimo, narrativa densa, mecânicas de movimentação ousadas, design vertical, facções complexas e personalização profunda. Mas, como vem se tornando rotina na indústria, inovação é descartada quando a planilha fiscal pede corte de custos.
Enquanto isso, seguimos recebendo remakes, shooters com skin de palhaço, jogos com foco em monetização predatória e promessas vazias de “jogos como serviço” que mal sobrevivem a um ano.
Como fã de ficção científica, queria muito ter explorado esse universo. Um MMO assim, com alma e identidade própria, faz falta num mercado cada vez mais previsível. Blackbird parecia ser o tipo de experiência que poderia bater de frente com gigantes como Destiny.
Fonte: TrueAchievements

Fã de ficção científica (de steampunk a sail punk), animes, mangás e games. No Refúgio Gamer, irei compartilhar as principais notícias e rumores da indústria de games.